Declaração final, I Congresso Internacional de
Jornalistas Pro Papa
Um grupo de jornalistas e comunicadores de diferentes lugares do mundo, reunidos por ocasião do I Congresso Internacional de Jornalistas Pro Papa Francisco, interpelados pelo processo de reformas empreendido por Bergoglio e as reacções que suscitou, a partir da nossa vocação pela informação religiosa e de qualidade, declaramos o seguinte:
1. – A religião e a espiritualidade são dimensões essenciais do ser humano. Partilhamos a frustração do Papa Francisco, quando afirma na sua encíclica Laudato Si, “vivemos já muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade; chegou o momento de reconhecer que esta alegre superficialidade de pouco nos serviu.” (LS 229)
2. – “Amar a verdade, viver com profissionalismo e respeitar a dignidade humana” são, como defende o Papa, chaves para o nosso trabalho. Este é o nosso objectivo: evitar a instrumentalização ideológica e política da informação, para que esta seja oferecida à opinião pública de forma rigorosa, frente a fenómenos como as “fake news” (notícias falsas). Este compromisso exige, mais do que nunca, honestidade, transparência, busca da verdade, rigor e imparcialidade.
3. – Inspirados pelo protagonismo que Francisco quer dar às vítimas da cultura dos descarte, e conscientes de que existe um povo que sofrem comprometemo-nos a oferecer voz, através das nossas informações, aos mais empobrecidos, e incluir a busca da igualdade, a justiça, a solidariedade, a liberdade, a paz e o cuidado da nossa casa comum no nosso trabalho jornalístico, a partir da denúncia e da proposta.
4. – Tudo isto requer o esforço de incluir, da nossa parte, o que às vezes não encontramos em muitas informações:
- Reconhecemos que a misericórdia, colocada pelo Papa no centro do seu ministério, é também um elemento essencial na hora de informar sobre a vida da Igreja.
- Na sua recente mensagem para o Dia das Comunicações Sociais, o Papa convida “todos a oferecer aos homens e às mulheres do nosso tempo narrativas relatos permeados pela lógica da ‘boa notícia’”.
5. – Como jornalistas, queremos promover uma cultura do encontro, através da escuta e do diálogo, a partir da nossa independência profissional e pessoal. Por isso, empenhar-nos- emos em aproveitar as sinergias dos nossos meios, em partilhar informação e ajudar a fazê-la circular entre os nosso contactos e as nossas redes, para que frutifique.
Madrid, 23 de Novembro de 2017